


70 anos do voo do viajante alado

sobre
Paulo Rafael foi um guitarrista de essência nordestina. É um dos grandes responsáveis pela história da guitarra na música brasileira, superando preconceitos e sempre inovando com sons e timbres criativos e seu fraseado característico, sedimentado pelo tempo. Um mix de violeiros, música oriental e blues. Sua guitarra é ouvida com destaque desde os primeiros discos de Alceu Valença, nos quatro discos solo de sua carreira e em diversas gravações da música popular brasileira.
Nos lisérgicos anos 70 Paulo Rafael tinha como companheiros de música à beira mar Zé Ramalho, Lula Côrtes, Zé da Flauta, entre outros. Isto era o início conceitual do que viria a seguir. Naqueles tempos de censura e vontade de se quebrar paradigmas, surgia uma necessidade de fazer música e viver noutros moldes. Então Paulo Rafael começou a construir a sua linguagem, o desafio das violas e rabecas enraizadas sem passar com o som ácido das guitarras do rock progressivo. Dessa forma Paulo entrou para o Ave Sangria.
Naquela época Ave Sangria viu sua curta e cultuada carreira chegar ao fim. Mas também já havia um novo começo para aqueles eletrizantes músicos, e o nome desse começo era Alceu Valença. Alceu já estava prestando atenção ao jovem guitarrista, criador de sons estranhos e curioso por eletrônica, com um jeito diferente de expor suas idéias musicais.
Ao lado de Alceu Valença, Paulo Rafael se tornou uma das maiores referências entre os guitarristas brasileiros, acompanhando o cantor como músico, produtor musical e arranjador. E não só Alceu, a lista de artistas com quem o guitarrista já tocou e produziu, configura nomes como Zé Ramalho, Lobão, Marina Lima , Cássia Eller, Zelia Duncan, Geraldo Azevedo e tantos outros.
Saindo do Recife para ser consagrado como um dos maiores instrumentistas da sua geração e um verdadeiro mestre da guitarra, Paulo Rafael fez daquele momento lisérgico do começo de sua carreira a ligação da sua nave de sons com o Brasil e o Mundo.
Em 2021 o instrumentista faleceu em decorrência de um câncer.
Um fato curioso é que Paulinho entre 2011 a 2021 fez um volta imersiva ao som dos anos 70 que foi início da sua carreira. Naquela época estava acontecendo um movimento liderado por uma nova geração, que foi responsável por trazer o Ave Sangria novamente à cena musical. Em 2014, quarenta anos depois do show "Perfumes y baratchos", a banda voltou aos palcos no Teatro Santa Isabel em grande evento no Recife. Em 2016, Paulinho regravou o Vivo que foi o primeiro disco que ele tocou com Alceu Valença e quarenta anos depois estavam ao vivo fazendo um DVD. Na mesma época convidado por Charles Gavin, integrou a banda Primavera nos Dentes ,ao lado de Duda Brack, Felipe Pacheco e Pedro Precisa regravaram o repertório dos primeiros discos dos Secos e Molhados. Estes discos permitiram a Paulo fechar um ciclo musical uma oportunidade de rever sua carreira, de certa forma, foi uma despedida. Com isto ele deixa um legado musical, plural e único para a gente desfrutar.
Paulo Rafael continua a nos surpreender, em 2022 saiu Alceu Valença e Paulo Rafael, um duo de uma das mais longínquas parcerias da música brasileira.
continua...
discografia
















































































































































em breve

Itamaracá 80 é o disco com músicas inéditas de Paulo Rafael gravadas entre 1983 e 1984, com participações atuais de Alceu Valença e Juba, Carlos Malta, Marcos Suzano, Cássio Cunha, Fernando Nunes, Juliano Holanda, Laís de Assis, Marcos Suzano, Marcio Lomirandae, Mauricio Oliveira. E nas guitarras, Paulo Rafael e Lúcio Maia, Neilton Carvalho (Devotos), Roberto Barreto, Roberto Frejat, Robertinho de Recife, (baixo) e Rafa Dias e Chibatinha (Àttooxxá).
Com previsão de lançamento para o 2° semestre de 2025.